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Depressão...


Ela chega devagarinho e silenciosa, e nós nem nos apercebemos é apenas um mal-estar, um dia que não correu tao bem, um incómodo.
 Qualquer coisa que chateia, não estamos bem, mas porquê? Não sabemos, não existe motivo aparente ou um porquê.
Mas esta sensação vai aumentando de dia para dia, espalha-se o que era um ligeiro incómodo um mal-estar começa a torna-se um peso.
 E, de repente puf, instala-se a apatia, a vontade de não fazer nada, o acordar e não querer sair da cama, porque nada parece suficientemente interessante ou motivador, nada importa a não ser estar para ali alheios ao mundo que nos rodeia.
Não queremos  ver nem falar com ninguém, até porque não há, no mundo, alguém que consiga compreender o que se passa. E não apetece levar palmadinhas nas costas, ouvir que vai passar, que temos de ser mais fortes, que temos uma vida perfeita, que não há razões para aquilo. Pior do que ouvir, é sentir o que os outros pensam e não dizem: que é tudo fita, que estamos a dramatizar, que dali a umas horas já passou, que lá estamos nós outra vez com os nossos ataques.
 A verdade é que a depressão (é disso que estou a falar) é terrivel. E só quem já por lá passou é que sabe que é mesmo assim.
Infelizmente já passei por lá á uns bons tempos atras, e lembro me perfeitamente que quando o medico me disse que eu estava com uma depressão eu reagi muito mal mesmo, não queria admitir porque não tinha “problemas” que justificassem isso.
Na altura só queria que me deixassem em paz. Só queria ficar em casa sem ter que explicar aos outros aquilo que eu própria não conseguia explicar a mim mesma. Não sabia porque é que me sentia mal, porque é que estava apática, porque é que não tinha vontade de coisa nenhuma. A certa altura, uma pessoa sente que pode estar a caminhar a passos largos para a loucura. Porque, aparentemente, tudo parece estar bem e não há nenhum motivo para que seja de outra forma. Mas depois não.
 Depois está tudo mal. Ou, pelo menos, o sentimento é esse. Mas, por mais que se tente, por maior que seja o esforço, não se consegue explicar.
Apos pesquisar um pouquinho sobre este tema deparei me com este post da Ana Martins que reflete exatamente aquilo que penso.
 “Já passaram pela minha vida várias pessoas que lidaram com depressões. Familiares, amigos, namorados. E se não é fácil para as pessoas que vivem esse drama (porque é um drama), também não é fácil para os que têm de lidar com  ele. Muitas vezes não se sabe como ajudar, o que dizer, o que fazer para minimizar o que o outro está a sentir. É normal (mas pouco útil) perder-se a paciência e dizer coisas que não ajudam em nada. Sinceramente, acho que em Portugal não se dá a devida importância à mente. Acho que, culturalmente, somos um povo educado a guardar os seus problemas, a não exteriorizar muito. Vamos sempre “andando” e acabamos por remeter para segundo plano uma data de coisas sobre as quais não nos apetece pensar nem resolver. E, claro, é por isso que depois acaba por se explodir. Há um dia em que já não temos espaço dentro de nós para guardar tanto problema e tanta chatice e tanta coisa mal resolvida, e isto resulta num colapso da mente. Pufff! Mandasse eu neste País e era ver toda a gente a ser obrigada a fazer terapia (e claro, também era importante que fosse mais barata, ou mesmo gratuita). Só uma horita por semana, ou a cada quinze dias. Era mais do que suficiente para andarmos todos mais em paz, connosco e com os outros. Acho que ainda há um grande estigma e preconceito em torno disto. Ainda custa admitir que se vai a um psicólogo, e ainda se olha um bocadinho de lado para quem admite fazê-lo. Do género “ah, coitadinha, é maluca”. Pessoalmente, no pouco tempo que tive o acompanhamento de uma terapeuta vinha de lá revigorada. Depois começa-se a achar que já está tudo mais encaminhado (ou mesmo resolvido), que não se tem muito tempo, que não apetece gastar dinheiro nisso, e pronto, deixa-se. Mas é ótimo descarregar o que nos vai na alma para cima de uma pessoa que não vai fazer qualquer espécie de julgamento, e que nem sequer nos diz o que temos de fazer. Só nos orienta o pensamento, só nos obriga efetivamente a pensar nas coisas, na nossa vida, algo para o qual nunca temos tempo (ou que nunca queremos fazer). Não é preciso ter problemas do tamanho do mundo. O simples ato de falar, sobre tudo e sobre nada, é pacificador e parece tirar-nos um peso de cima. Mas para quem está a passar por uma depressão, acho ainda mais importante. Os medicamentos ajudam, cumprem o seu papel, mas não resolvem o problema de base, o que está realmente mal. ”
E porque decidi falar sobre a depressão???
Não porque esteja com uma, pelo menos acho que não, mas porque, infelizmente, cada vez mais vejo pessoas com este problema e que depois acabam por cometer atos irreversíveis :(.


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