Palavras que podiam ser minhas:
Esta gaveta de devaneios aqui é meu divã, é nela que entro toda vez que preciso entender alguma coisa que tá acontecendo na bolha verde e no meu peito. Sempre tive a sensação de que quando a gente “fala”, consegue visualizar melhor o sentimento, como se as palavras fossem o corpo do que perambula lá dentro. Na real, falar nunca foi meu forte, as palavras da minha infância e adolescência moraram muito mais no papel do que na boca. Mas o tempo deu jeito de me ensinar a cuspir as coisas, principalmente as ruins, aquelas que vão criando uma borda preta ao redor do coração quando a gente não põe para fora. Hoje eu falo mais por vezes alto, mas falo na hora certa (ao menos, tento!), falo só quando e com quem quero falar. Mas escrever leva-me a lugares onde nunca conseguiria chegar pela boca, o texto é onipresente, não tem bordas ou fronteiras, é um registo, uma memória, tem pernas próprias, é falar sem ser interrompido, é entrar em contacto com um outro “eu” que escreve.
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